Mudança de foco já. Senão eu enlouqueço.

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Crescer tem sido algo difícil para mim. É necessário e desejável que eu mude esse tipo de pensamento-armadilha. Preciso ter menos apego, menos medo de dar qualquer tipo de passo adiante. Será que é por isso que eu me acomodo? Medo do que vem pela frente? Ou será preguiça? Indolência? Desânimo? Não sei ao certo.

Independente do que seja, eu TENHO que sair desse círculo vicioso. E começar a acabar o que comecei. Para então procurar outro ponto de crescimento e iniciar outro ciclo de crescimento. Procurar satisfação.

Este ano eu não tirei carteira de motorista parte por agendas conflitantes, mas eu tenho que admitir que 75% é culpa minha.
Larguei academia por uns problemas de saúde que tive, mas novamente, 50% foi culpa minha. E paguei o preço por isso.
Acabei não largando meu emprego pois a proposta que recebi foi aceitável, e de certa forma agora estou crescendo um pouco aqui dentro. Mas talvez eu devesse ter procurado outra coisa de qualquer forma. Quebrar amarras. Quebrar paradigmas. Sair da mesmice e estagnação.

Eu tenho plena consciência que não estou feliz com muitos aspectos da minha vida. Ainda não sei como resolver e mudar, mas acho que eu dou conta. E não pode demorar.
Eu quero me impressionar. Quero me satisfazer sabendo que cheguei lá, e depois querer chegar mais longe.

Ninguém além de mim é responsável pela minha felicidade. Quem estiver comigo (namorada, amigos, família) tem que funcionar como amplificador de algo que eu tenho que conseguir por mim mesmo. Se não for assim, é muita pressão e responsabilidade nos ombros de quem ainda tenta ser feliz por si próprio.
Aí entra um outro ponto que já toquei antes aqui, recentemente. Eu tenho que me apaixonar. Por mim. E por algum projeto de vida. Não necessariamente precisa ser um emprego. Pode ser algo que eu faça nas horas vagas, desde que eu me dedique e me satisfaça. Inclusive, minha área de atuação está bem aquecida, o potencial está aí.
E é necessário e desejável que minha completa independência financeira venha.
Consigo sobreviver com meu salário? Consigo. Dá pra pagar aluguel, água, luz, internet, comida, etc. Mas não com o padrão de vida que estou acostumado. Então, ou eu baixo meu padrão ou eu ganho mais dinheiro. Se eu conseguir extrair satisfação suficiente, partirei para a segunda opção seguindo a minha carreira atual. Se não, aí eu tenho que pensar.

Eu não mereço passar pelo que estou passando. Eu mereço ser feliz de forma incondicional. Mas eu tenho que fazer a minha parte de forma incondicional, também.

Quem eu mais prejudiquei este ano? Eu. Eu não me dediquei de verdade, no fundo. A nada. Se eu tivesse me dedicado, seria mais feliz. Se eu tivesse exercitado mais a conversa, me isolado menos, eu seria mais feliz. Se eu tivesse me exercitado fisicamente com regularidade, teria mais disposição e seria mais feliz. Se eu tivesse tentado trabalhar mais em equipe, me integrado mais, e não tentado fazer tudo do meu jeito, seria mais feliz. Se eu tivesse escutado de verdade, eu seria mais feliz.

Não estou dizendo que os meus planos originais teriam dado certo. Mas talvez eu tivesse tomado algumas decisões mais cedo. Talvez eu tivesse tomado outras decisões. Provavelmente eu teria evitado alguns desgastes.

Conversando com meu pai hoje, cheguei à conclusão que é fácil atingir metas, no geral. Com vontade suficiente, as oportunidades aparecem. O difícil mesmo é estabelecer as metas, traçar objetivos. Saber o que se quer da vida. Pelo menos pra mim. E aí? Prioridade é campo profissional? Estabelecer família?

A única coisa que eu sei é que eu tenho que sair da casa dos meus pais. Eu nem considero mais como minha. Não é que eu não seja bem-vindo, amado, acolhido. Eu sou. Graças ao criador do universo, minha família é fantástica. Mas o que EU consegui? Com quase 35 anos, eu me sinto na obrigação de conseguir mais.
Só que talvez eu tenha que mudar meus planos originais para isso. O que eu queria nesse campo pode não se concretizar. Então é um ponto que tenho que pensar muito ainda.
De qualquer forma, eu sinto vontade de ter um canto meu. Onde valham as minhas regras (e de quem me acompanhe nesta empreitada), mas que seja de responsabilidade minha. Provavelmente vou aprender a ser menos bagunçado. Na verdade, isso vai ser muito bom pra mim.  Já passou da hora.  Claro que quero ir acompanhado. Mas se não rolar, vou sozinho.

A vida é curta para a gente ficar eternamente planejando. Mas também acho que não podemos ficar só ao sabor do momento, pois assim entregamos de volta ao mundo um controle que temos. Obviamente, nem tudo está sob o nosso controle, mas muita gente se surpreenderia com a quantidade de controle sobre o rumo de nossas vidas que temos. Um equilíbrio saudável entre passado, presente e futuro então.

Preciso aprender, ao mesmo tempo, a ser mais tolerante, e a ser menos passivo. A ser mais receptivo e menos acomodado. Não devo agir de cabeça quente, como agi ontem, mas também não posso deixar passar o que me incomoda, como eu fiz a minha vida inteira. Serenidade, civilidade e respeito. E um pouco mais de noção do que ofende as pessoas. Eu não sou um sem noção completo, mas eu tive a minha cota de meter os pés pelas mãos, e já magoei desnecessariamente muita gente. Mas também já aceitei passivamente muitas coisas que não deveria ter aceitado.
Eu raramente tenho intenção de ofender, de agredir. Não sou assim. Mas às vezes sai... E normalmente me estrepo.

Até aqui, tudo bem. A intenção está presente. Mas não adianta ficar na intenção. Preciso descobrir o que quero, traçar metas, e AGIR. Correndo o risco de soar repetitivo, preciso vencer o que me prende. Se for medo, tenho que conquistar o medo de mudar. Isto é uma característica de um vencedor. E, se ainda não sou um, o serei.

Uma última coisa por hoje, pois ainda tenho que trabalhar. Eu me tornei muito dependente emocionalmente. E isso é muito pesado para mim. Imagina então o peso nas costas de quem está por perto? E eu desenvolvi uma forma peculiar de dependência que é meio distante. Então, se eu exijo e não retorno, é duplamente estressante. Como eu disse acima, estou me conscientizando que eu tenho que tomar as rédeas da minha felicidade. Quem estiver comigo é por que quer, não por que tem obrigação. No sentido romântico, na amizade, até mesmo família, que a gente não escolhe. Então, por mais que em qualquer relacionamento manutenção seja imprescindível, forçar barra não ajuda. Tudo tem que ser de comum acordo, bom para as partes, e trabalho conjunto.Não adianta também cada um ter uma idéia do que é o certo e fazer do seu jeito sem olhar o outro lado.

Este texto é para uma pessoa em particular: Eu mesmo. Afinal, quase ninguém lê isso aqui mesmo... Exceto uma meia dúzia de 3 ou 4 que são pessoas que tenho certeza que me querem bem e uns gatos pingados que aparecem pelo google.
Eu não me considerava uma pessoa exatamente fechada. Mas eu sou. Esse ano não me abri direito, e perdi oportunidades incríveis de crescer e resolver problemas. Oportunidades que posso não ter mais. Eu não posso ser assim. Não posso me isolar e só pedir socorro quando estou mal. Eu quero ser a pessoa agradável que já fui.

Então aqui me despeço, por ora. Espero que minhas palavras sejam úteis de alguma forma. Eu deveria imprimir este texto aqui e ler todo santo dia, para manter o foco. Não sei se algum dia escreverei algo deste tamanho, eu sou preguiçoso com relação a esse blog... Mas eu precisava de desabafar e de colocar minhas dúvidas no "papel". Uma das melhores formas que conheço de melhorar é listar o que está errado e trabalhar em cima. Autocrítica em quantidade adequada é uma coisa muito importante para a evolução.

Fui!