Olhos Lentos
"Desde que a primavera morreu
as estrelas não fazem mais sentido
a lua perdeu parte do brilho
e o vento sopra gélido
Desde que as flores secaram
o que ouço não me toca
o que toco não responde
não deixo mais partes de mim para trás
Os meus olhos vagam, lentos
esquadrinhando o horizonte
em vão, eu sei, não mais verei
diamantes em seu sorriso
Os meus olhos vagam, lentos
examinando a multidão
será que sei a cor
que tem o passado?
Desde que o sol se pôs
a névoa encobriu o caminho
as minhas pegadas já não avisto
o som de meus passos ecoa na escuridão
Desde que as últimas folhas caíram
não me protejo da chuva,
sinto as gotas geladas
como agulhas incandescentes vindas do céu
Os meus olhos vagam, lentos
sempre à procura dos teus olhos
o que encontram, além do silêncio
onde antes a chama ardia
Os meus olhos vagam, lentos
pairando por sobre os telhados
já cansados, querem te ver,
ó esperança!"
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