Sunday, September 26, 2004

Em meus pensamentos, caí vítima do meu próprio subconsciente. Sinto-me preso:
Atrás de mim, uma parede indestrutível. Transparente. E tudo o que é bom mas ficou pra trás acena por trás dessa massa translúcida. E quanto mais eu ponho cortinas, mais elas insistem em me explicar que combustão espontânea existe, sim.
À minha direita, uma selva densa, viva, a própria imagem de uma natureza selvagem que nunca deveria ter existido em mim. A personificação de alguém que eu não quero ser, de meus demônios interiores. Aquele a quem eu costumava recorrer quando eu me sentia humilhado, ferido ou simplesmemte irritado. A tentação é grande, desta vez.
À minha esquerda, o vazio. O abismo sem fim, a Grande Queda. O nada. Mas não é o Vazio do Tao, que contempla todas as coisas e é sem ser. Este vazio é simplesmente a ausência. A carência. E o nada anda corroendo as bordas do caminho.
À minha frente, um campo minado. Eu sei que os explosivos estão lá. Um passo em falso, e posso ser atirado no meio da ira, ou cair no abismo da solidão. Talvez, ser arremessado como uma trouxa de roupa suja rumo à impenetrável muralha do Passado.

Sinceramente, eu não entendo o que se passa. Só sei que definitivamente a vida não tem me dado as chances que eu mereço em alguns aspectos da minha vida. Gostaria de saber se alguém vai me salvar ou se é tarefa minha... Mas se eu tiver que perecer, que seja lutando.

O que fazer quando o inimigo pode ser visto no espelho?

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